A população tocantinense é composta por imigrantes de várias partes do Brasil, e os povos indígenas também compõem uma boa parte dessa população. São atualmente sete etnias reconhecidas, Karajá, Xambioá, Javaé, Xerente, Krahô Canela, Apinajé e Pankararu, distribuídas em 82 aldeias das diferentes regiões do Tocantins. Os povos indígenas tocantinenses são pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê, com exceção aos povos Pankararu, que tem suas origens linguísticas do Tupi guarani. E mesmo compondo uma boa parte da população do estado, ainda lutam para manter suas culturas, devido a interferência constante do homem branco.
Com a criação do Estado Tocantins em 1988, os povos indígenas pertencentes ao norte goiano, onde atualmente se estabelece o Estado do Tocantins, já enfrentavam a invasão de seus territórios para o desenvolvimento da agricultura e a exploração de recursos naturais existentes naquela região. Os indígenas por sua vez, eram simplesmente expulsos de suas áreas, e com isso, muitos conflitos ocorriam acarretando assim, a morte de alguns indígenas e a perda de sua identidade.
Com a emancipação do estado, os povos indígenas vivenciaram a intensificação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico, sendo a principal atividade o agronegócio. Assim, as demandas indígenas foram colocadas em segundo plano, e o que ficou evidente foi o desrespeito nem ao modo de vida tradicional desses povos (GIORDANA BERNARDO.2016)
Só em 2006, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apresentado pelo então presidente Lula, que destinava meio trilhão de reais para investimento na melhoria da infraestrutura do país e nas condições de vida do povo brasileiro, que os povos indígenas foram levados em consideração. Nesse contexto, foram retomados no estado do Tocantins os projetos de integração do eixo Araguaia-Tocantins, resgatando um conjunto de grandes projetos que já estavam na agenda dos governos anteriores. E foi nesse momento que os povos indígenas foram inseridos. (GIORDANA BERNARDO.2016 ).
Pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê, os Karajá correspondem a três subgrupos, Karajá, Javaé e Xambioá. E estão localizados às margens do rio Araguaia, especificamente na Ilha do Bananal. Os Javaé estão situados à direita do rio Araguaia, também conhecido como rio Javaé. Já os Xambioá estão bem distantes da Ilha, mais direcionada ao norte.
Indígena da etnia Karajá-Foto:Emerson Silva/ Governo do Tocantins
Indígenas da etnia Karajá- Foto: Emerson Silva/ Governo do Tocantins
Indígenas Javaé durante ritual em aldeia - Foto: Divulgação/ Fundação Cultural do Tocantins
Povos Xambioá- Foto: Emerson Silva/ Governo do Tocantins
Localizados ao norte do Estado do Tocantins, na região conhecida como Bico do Papagaio, os Apinajé ocupam uma área de aproximadamente cento e quarenta mil hectares de terras demarcadas e homologadas, em sua maioria no município de Tocantinópolis. Com uma população de cerca de mil e cem pessoas, distribuídos em oito aldeias. Quatro delas estão próximas às margens do rio Tocantins e as outras quatro estão localizadas na parte do território que demanda para o rio Araguaia.
Povo Apinajé Foto: Secom/Governo do Tocantins
Os Xerentes, autodenominados akwe~e (gente importante), consiste um dos setes povos indígenas que habitam o estado do Tocantins. O território Xerente - composto pelas Terras Indígenas Xerente e Funil - localiza-se na margem direita, a leste do rio Tocantins, 70 km ao norte da capital, Palmas. Devido a localização do território, os Xerentes sofrem com os impactos causados pelo processo de desenvolvimento (VALÉRIA MOREIRA.2010)
Foto: Nonato Silva/ Governo do Tocantins
O povo Krahô Kanela, descendente de duas etnias, Krahô e Kanela, ambos originários do Maranhão, foram expulsos de seus territórios devido ao avanço da pecuária. E hoje habitam a região centro-oeste do território tocantinense, conhecido como Mata Alagada, próximo ao município de Lagoa da Confusão.
Indígenas Krahô Kanela vivem na Lagoa da Confusão- Aldemar Ribeiro/ ATN
Os Pankararu, povos indígenas que hoje estão distribuídos entre os municípios de Figueirópolis e Gurupi, onde estão assentados no loteamento Vale Verde, possuem uma história de muita luta. Originários do sertão pernambucano, migraram para o antigo norte goiano devido à invasão de posseiros das suas terras.
É importante ressaltar, que mesmo sendo todos povos indígenas, cada etnia possui uma cultura distinta. São histórias, hábitos, tradições, rituais e pinturas que os diferenciam, e por isso não podem ser simplesmente agrupados como se pertencessem a uma única etnia. Pensando nisso, o blog Ancestral objetiva externalizar para os alunos da rede de ensino do Estado do Tocantins, bibliografias, vídeos de jogos e brincadeiras dessas culturas tão ricas e pouco valorizadas.
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