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ÁFRICA E BRASIL: MUITAS REFERÊNCIAS

 

Cultura afro-brasileira
Fonte: https://novaescola.org.br/arquivo/africa-brasil/cultura-afro-brasileira.shtml?hcb=1

A história da África e a cultura afro-brasileira estão intimamente ligadas e precisam ser valorizadas. Nosso país possui a maior população de origem africana fora do continente e isso explica a forte influência que eles exercem por aqui, em especial na região Nordeste. A maioria destes africanos chegou ao Brasil durante o período da escravidão. Porém, no começo do século XIX estes costumes, rituais e manifestações não eram permitidos, pois fugiam totalmente da cultura europeia e dos seus valores, tão valorizados na época.

Estados que mais foram influenciados pela cultura africana:

• Rio Grande do Sul

• São Paulo

• Rio de Janeiro

• Espírito Santo

• Minas Gerais

• Bahia

• Alagoas

• Pernambuco

• Maranhão

No século XX, estas expressões artísticas e culturais passaram a ser aceitas como nacionais e, atualmente, influenciam a vida de todos os brasileiros e integram o nosso calendário. A história da África e a cultura afro-brasileira ficam evidentes, por exemplo, na capoeira. Desenvolvida como uma forma de defesa, com o tempo estes movimentos foram integrados às músicas africanas, dando um aspecto de dança, o que enganava os capatazes dentro dos engenhos. A capoeira só foi de fato liberada no Brasil nos anos 1930, pelo então presidente Getúlio Vargas. Atualmente, é considerada Patrimônio Cultural Brasileiro e um tipo de esporte.

Na culinária, a relação entre a história da África e a cultura afro-brasileira também fica clara. São diversos os exemplos, como cocada, sarapatel, mungunzá, acarajé, vatapá, caruru e o mais admirado deles, a popular feijoada, que nasceu nas senzalas a partir de restos de carne que os patrões liberavam e que eram cozidas em um caldeirão. A religião também mostra como a história da África e a cultura afro-brasileira estão relacionadas. O Candomblé, por exemplo, é uma festa religiosa que foi trazida ao país pelos escravos. Entre as suas principais divindades estão Iemanjá, Oxumaré, Oxum e Xangô. Estas cerimônias acontecem, geralmente, em terreiros.

A história da África e a cultura afro-brasileira também se encontram na moda, em especial no uso de turbantes. Enquanto no continente africano o turbante indica posições sociais e faz parte da sua cultura, no Brasil ele ficou mais forte por influência de Carmem Miranda e de Paul Poiret, estilista francês. O turbante deixa qualquer produção mais charmosa e autêntica, e tem conquistado cada vez mais usuárias.

Outro ponto onde a história da África e a cultura afro-brasileira se encontram é na Língua Portuguesa. Diversos termos que utilizamos com frequência são originários do continente africano, como muvuca, quitute, maconha, capanga, cachimbo, cachaça, corcunda, caxumba, muquirana, cafofo, marimbondo, xingar, tanga, banguela, miçanga, caçula, abadá, candango, entre tantos outros.

No ano de 2003, a Lei nº 10.639 determinou que todas as escolas, de Ensino Fundamental e Médio, devem incluir o ensino da história da África e a cultura afro-brasileira nos seus currículos. Uma forma de valorizar este continente que contribuiu tanto para a formação da nossa identidade e da nossa cultura.

O líder militar e comandante geral de palmares no período compreendido de 1678 a 1695, Zumbi, foi encurralado e morto pelas tropas paulistas em uma emboscada. Palmares, uns dos mais emblemáticos quilombos formados no período colonial, símbolo da resistência negra perante o processo de escravidão vivido pelos negros nas lavouras e engenhos da capitania de Pernambuco deste mesmo período.

Com a liderança de Zumbi, o quilombo de palmares, juntamente com seus mocambos, resistiu aos diversos ataques de companhias militares que tinham como único objetivo, a destruição dos quilombos e de seus habitantes. Zumbi foi morto e decapitado, sendo sua cabeça exposta em praça pública, uma forma de repreender as ações de fuga dos escravos assenzalados.

Zumbi se tornou um grande símbolo da resistência negra, não só para o período da escravidão, mas para os subsequentes, marcados por grandes conquistas da população negra. A data em que foi morto, hoje é usada como um momento para reflexão sobre a sociedade em que vivemos e a sociedade que queremos construir. Não podemos esquecer que além de Zumbi dos Palmares, muitos outros negros lutaram e lutam até hoje para manter viva a sua identidade cultural, que em verdade é parte da identidade do Brasil e do Brasileiro. Vários segmentos da sociedade brasileira usam esta data para a realização de encontros, onde são realizados debates e apresentações culturais, voltados para valorização e preservação da cultura negra e para a inclusão do negro como agente ativo e não passivo, dentro de uma sociedade em que o som da sua voz deve perpassar os terreiros de candomblés, as rodas de capoeira e samba, fazendo-se ser ouvido e respeitado como cidadão brasileiro.

Muitas barreiras já foram quebradas, mas muitas, ainda haverão ser quebradas. Muitas ações já foram realizadas como forma de compensar as perdas sofridas pela população negra ao longo dos séculos. No entanto, muito ainda há de ser feito, pois a dívida do Brasil com o negro perpassa os anos. Como diria Januário Garcia, “existe uma história do negro sem o Brasil; o que não existe é uma história do Brasil sem o negro”.

Fonte: APA-TO - Alternativas para Pequena Agricultura no Tocantins. Os Territórios Quilombolas no Tocantins.Agosto de 2012. Disponível em: cartilha-quilombolas-do-tocantins-web.pdf (apato.org.br)

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